David Droga deixa cargo de CEO da Accenture Song após crescimento de 52% na receita • B9


David Droga, um dos publicitários mais premiados da história, deixará o cargo de CEO da Accenture Song para assumir uma posição estratégica como vice-chair da Accenture. Ndidi Oteh, atual líder da Song nas Américas, assumirá a operação a partir de 1º de setembro de 2025, segundo comunicado da empresa.

Por que importa: A movimentação marca o fim de um ciclo de quatro anos em que Droga unificou mais de 40 aquisições em uma operação de US$ 19 bilhões, segundo a Accenture.

Os números da transformação

Desde que assumiu em 2021, Droga enfrentou o desafio de unificar dezenas de aquisições sob uma marca única, conforme a empresa. Sua estratégia buscou integrar criatividade, tecnologia, design, IA, estratégia e dados.

“Estamos no negócio de escalar a excelência para ajudar nossos clientes a crescer e se manter relevantes. Começa-se contratando especialistas, não generalistas, e depois se constrói uma cultura de resolução, não de venda”, definiu Droga em podcast recente.

Segundo a Accenture, a Song conquistou Grand Prix no Festival de Cannes Lions todos os anos sob gestão de Droga e ganhou um Emmy.

Contexto de mercado desafiador

A movimentação acontece em um momento desafiador para o mercado publicitário brasileiro. Pesquisa recente do jornal Valor com dados financeiros de 23 agências de grande porte mostra que a margem de lucro líquido do setor caiu de 14,6% para 5,66% entre 2010 e 2023 – uma redução de quase dez pontos percentuais.

“A transformação [nas agências] aconteceu, mas a forma de cobrar por ela ficou para trás“, analisa Marcia Esteves, presidente da Abap (Associação Brasileira de Agências de Publicidade), ao Valor. O estudo aponta que a digitalização reduziu custos, mas não aumentou a receita, forçando as agências a repensar seus modelos de negócio.

Nesse cenário, a Song se apresenta como uma alternativa ao modelo tradicional: ao integrar criatividade com capacidades tecnológicas dentro de uma consultoria global, a operação consegue escalar de forma que agências independentes têm dificuldade de replicar. No entanto, apesar dos prêmios conquistados, a divisão ainda busca definir sua identidade criativa própria – se funciona como uma consultoria com capacidades criativas ou uma operação criativa com infraestrutura de consultoria.

Nova liderança

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Ndidi Oteh, que também integrará o Comitê Global de Gestão da Accenture, construiu carreira liderando transformações digitais para empresas da Fortune 500 desde 2011, segundo a empresa. Nick Law assumirá como líder de Estratégia Criativa & Experiência, também integrando o GMC da Accenture.

A escolha, segundo a empresa, sinaliza continuidade na estratégia de integração entre criatividade e capacidades tecnológicas da consultoria.

Droga em nova fase

Aos 53 anos, Droga opta por um papel menos operacional após três décadas liderando operações criativas. Como vice-chair, terá influência estratégica em toda a Accenture sem as responsabilidades do dia a dia.

“Depois de mais de 30 anos de saltos, estou pronto para respirar. Estou animado para passar mais tempo sufixando: pensando, sonhando acordado, aconselhando, investindo”, declarou.

Trajetória

O percurso de Droga inclui a fundação da Droga5 em 2006, agência que criou campanhas para The New York Times, Under Armour, Meta e Amazon. É o criativo mais premiado da história de Cannes Lions e o mais jovem a receber o Lion of St. Mark aos 47 anos.

A aquisição da Droga5 pela Accenture em 2019 foi um dos movimentos-chave para a criação da Song, estabelecendo o pilar criativo que seria expandido com outras aquisições, segundo a empresa.

“David sempre foi uma força singular e um líder criativo de uma geração. Como vice-chair da Accenture, seu legado e impacto continuarão”, afirmou Julie Sweet, CEO da Accenture.





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