Se alguém me dissesse há alguns anos que eu estaria prestes a embarcar para viver o maior festival de criatividade do mundo, eu sinceramente acharia difícil de acreditar.
Se você cresceu em Taboão da Serra, na periferia de São Paulo, provavelmente o Cannes Lions nunca foi uma referência próxima para você. Por muito tempo, esse festival parecia um conceito distante para mim.
Mas isso começou a mudar. E não só para mim. Graças ao PerifaLions, um projeto que abre portas, dá visibilidade, oferece oportunidades e conecta talentos de lugares onde, muitas vezes, o mercado nem olha. Conquistar o primeiro lugar no Perifa em Cannes 2025 foi mais do que um reconhecimento, foi a certeza de que minha voz, minha história e minha visão de mundo importam.
Para mim, o Cannes Lions sempre foi um lugar quase lendário, onde estão reunidas as melhores ideias, os maiores cases e as mentes mais criativas do planeta. Um espaço que, por muito tempo, pareceu distante, mas que agora, diante dos meus olhos, está se tornando real.
O que espero da minha primeira participação no festival? Absorver tudo, me inspirar em quem já está lá há anos, entender como diferentes culturas enxergam problemas, criam soluções e constroem histórias para marcas. Mas também reconhecer que meu papel, nesse momento, é aprender para transformar, não só minha carreira, mas também inspirar outros como eu, para que eles saibam que esse mercado também é nosso.
Quero voltar ao Brasil com a cabeça cheia de ideias, mais sede de criar, e quem sabe, em breve, estar de volta a Cannes, mas daí, subindo no palco para buscar meu primeiro Leão.
Se hoje estou indo viver essa experiência, amanhã voltarei para conquistar. Isso tudo já é uma baita conquista. Porque, de tudo que aprendi nesse caminho, uma coisa é certa: quem vem de onde eu venho sabe que sonhar grande não é só um desejo, é resistência.
E essa é só a primeira página de uma história que ainda tem muito para ser escrita.