O Figma, popular plataforma colaborativa de design e desenvolvimento, anunciou a localização completa de sua interface para o português brasileiro. A novidade, que entrou no ar no último dia 7 de maio, reforça a aposta da empresa no mercado latino-americano, onde o Brasil tem mostrado um crescimento expressivo.
Por que importa: O português é apenas o quarto idioma a ser incluído na plataforma, após japonês, espanhol e coreano – um sinal da importância estratégica do mercado brasileiro para a expansão global da empresa, que segue sua trajetória independente após o fracasso da aquisição bilionária pela Adobe.
“Nossa missão é tornar o design acessível a todas as pessoas, o que implica romper barreiras linguísticas”, afirma Yuhki Yamashita, Chief Product Officer do Figma. “Oferecer ferramentas que sejam naturais e intuitivas no próprio idioma é parte fundamental desse compromisso.”
O Brasil já é um mercado-chave
Os números mostram que, mesmo antes da localização, o Figma já tinha forte penetração no mercado brasileiro:
- Mais de um terço das empresas listadas no Ibovespa usam a plataforma
- 5,5 milhões de arquivos foram criados no país nos últimos 12 meses
- Em média, 85 mil arquivos são editados diariamente por aqui
- Empresas como iFood, Itaú, Mercado Livre e Nubank são usuárias ativas
“Ter a plataforma totalmente localizada em português elimina fricções e democratiza ainda mais o acesso aos nossos colaboradores”, comenta Fabrício Doré, diretor de experiência e design no Itaú Unibanco.
Novas ferramentas e foco em IA
O anúncio da localização coincide com a Config 2025, conferência anual do Figma, onde a empresa revelou várias novidades:
- Figma Sites: permite criar e publicar sites dinâmicos com interações customizadas
- Figma Make: ferramenta com IA para transformar descrições em protótipos funcionais
- Figma Buzz: solução para equipes de marketing criarem ativos visuais em escala
- Grid: recurso para layouts responsivos que geram código CSS automaticamente
“Designers e desenvolvedores brasileiros acolheram o Figma com entusiasmo, o que torna essa localização ainda mais significativa”, destaca Débora Mioranzza, Head da operação latino-americana da empresa.
Expansão independente após Adobe desistir da compra
Vale lembrar que a empresa segue seu curso próprio após o cancelamento da aquisição pela Adobe, anunciada em dezembro de 2023. O acordo de US$ 20 bilhões foi abandonado após a Autoridade de Concorrência e Mercados do Reino Unido alegar que a fusão poderia prejudicar o mercado de softwares de design.
Desde então, o Figma tem acelerado seu desenvolvimento de produtos próprios e expandido sua presença global. O resultado aparece nos números: no último trimestre de 2024, 85% dos usuários ativos mensais estavam fora dos Estados Unidos, com mais de 50% da receita vinda de mercados internacionais.