A Nike decidiu que princesas são coisa do passado. Para celebrar a classificação do Brasil para a final da Copa América Feminina, a marca criou “A Lenda da Canarinha”, uma animação que transforma Kerolin, Angelina e Gio em protagonistas de um pesadelo para as adversárias. E não, você não leu errado – é terror mesmo.
Por que importa: A campanha mostra como marcas esportivas estão abandonando narrativas açucaradas sobre futebol feminino e abraçando uma linguagem mais agressiva e confiante. É o fim da era “elas também jogam” e o início do “elas dominam e ponto”.
O filme, criado pela Wieden+Kennedy São Paulo e produzido pela Dirty Work, usa estética de stop motion noventista para criar uma atmosfera sombria enquanto lista os feitos da seleção: 8 de 9 Copas América conquistadas, em busca do penta consecutivo. A narração não economiza no drama: “Elas vão mostrar que o futuro assombra ainda mais que o passado.”
O contexto maior: A animação faz parte da campanha global “Scary Good” (“Mete Medo”), que a Nike lançou em 2025 para reposicionar o futebol feminino. Nada de delicadeza – a ideia é mostrar que essas atletas são máquinas de destruir adversários, com “velocidade que arrebenta o campo” e “precisão que destrói quem ousa ficar no caminho”.
A estratégia incluiu ainda:
- Um game show fictício de terror chamado “Dribble To Survive”
- A “Estação Mete Medo” no Parque Villa-Lobos em julho
- Experiências imersivas com as três jogadoras protagonistas
A real: Depois de anos patinando com campanhas genéricas sobre empoderamento feminino, o segmento parece ter finalmente entendido que mulheres atletas querem ser tratadas como… atletas. Sem diminutivos, sem condescendência.