A Uber descobriu que o melhor jeito de vender autonomia para adolescentes é vendendo tranquilidade para os pais. A nova campanha da conta Teens traz o mote “Avisamos quando eles chegarem” – uma promessa simples que ataca direto a ansiedade parental de 2025.
Por que importa: Dois anos após o lançamento, Uber finalmente encontrou a narrativa certa para o produto. Não se trata de dar liberdade aos adolescentes (isso assusta pais), e sim sobre dar controle aos responsáveis. É marketing que entende psicologia familiar.
A campanha, com peças de OOH, TV e redes sociais, mostra situações cotidianas de deslocamento adolescente. Nada de drama ou situações extremas – apenas o dia a dia que todo pai conhece: escola, shopping, casa de amigos.
Os números que sustentam a estratégia:
- 82,5% dos pais já tiveram que escolher entre compromissos pessoais e levar filho
- 80,2% se sentem mais seguros com o serviço
- 75% dizem ter mais tempo livre
- 83% relatam que filhos fazem atividades que antes não eram possíveis
O arsenal de segurança (e controle):
- U-Acompanha: Tracking em tempo real com nome do motorista
- U-Código: Teen precisa dar código para motorista iniciar corrida
- U-Ajuda: Sensores detectam mudanças de rota e param inesperadas
- U-Áudio: Gravação automática criptografada de todas as viagens
A jogada de mestre: A pesquisa com 3 mil responsáveis revelou que o principal uso é o trajeto escola-casa. Ou seja, Uber está mirando no transporte escolar – um mercado milionário e cheio de problemas logísticos.
Pedro Thompson, head de marketing da Uber Brasil, fala em “estar conectado com quem importa”. Tradução: não estamos tirando seu filho de você, estamos dando um monitoramento premium com motorista incluído.
A real: Uber conta Teens é genial porque resolve dois problemas de uma vez: pais exaustos de serem motoristas e adolescentes querendo independência. A marca encontrou o ponto de equilíbrio entre superproteção e abandono – com monetização no meio.
O nome dos recursos (todos com “U-“) pode ser meio cringe, mas a estratégia é sólida: transformar ansiedade parental em oportunidade de negócio. Num mundo onde pais rastreiam filho pelo Find My iPhone, oferecer um serviço que já vem com monitoramento embutido é jogada óbvia.