A Junta de Turismo de Viena realizou o que chamou de “correção cultural cósmica”: enviou O Danúbio Azul de Johann Strauss II para o espaço profundo, 48 anos depois da NASA ter esquecido a valsa nos Golden Records das sondas Voyager.
Por que importa: A ação mostra como destinos turísticos estão criando ações cada vez mais elaboradas para relevância cultural – e desta vez, literalmente, intergaláctica.
A valsa que faltava no espaço
O contexto é delicioso: quando a NASA lançou as Voyager em 1977 com os Golden Records – discos dourados contendo sons, imagens e 27 músicas representando a humanidade – esqueceram justamente da valsa que Kubrick imortalizou como “trilha sonora do espaço” em 2001: Uma Odisseia no Espaço.
A operação “Waltz into Space”:
- Performance ao vivo pela Orquestra Sinfônica de Viena
- Transmissão via Deep Space Antenna 2 da ESA
- Velocidade da luz = ultrapassou Voyager 1 em 23 horas
- Data escolhida: 200º aniversário de Johann Strauss II
“Se aliens nos encontrarem, que a primeira coisa que ouçam seja uma valsa”, disse Stefan Bauernberger, diretor criativo da Jung von Matt DONAU, agência responsável pela ação.
Marketing turístico em escala cósmica
A ação teve todos os elementos de uma campanha moderna:
Engajamento global:
- 13.743 “embaixadores espaciais” de 90 países
- Cada um “adotou” uma nota da partitura original
- Nomes viajam junto com a música pelo espaço
- Incluindo o presidente da Áustria
Transmissão multiplataforma:
- Livestream global do evento
- Viewing parties em Madrid, Nova York, Cebreros e Viena
- Site dedicado para “adoção” de notas
O que está realmente em jogo
Norbert Kettner, CEO da Junta de Turismo de Viena, foi transparente: “É um testemunho da capacidade única de Viena de misturar tradição com inovação.”
Tradução: Enquanto outros destinos fazem campanhas no Instagram, Viena manda música para aliens.
Mike Nagy, da Jung von Matt DONAU, adiciona camada política:
“Numa época em que exploração espacial está se tornando privada e comercial, ‘Waltz into Space’ lembra que cultura – não apenas tecnologia – é o presente da humanidade para o universo.”