Wilson do ‘Náufrago’ vira protagonista de campanha sobre microplásticos no oceano • B9


A bola de vôlei mais famosa do cinema acaba de ganhar novo papel: ilustrar como plásticos se degradam nos oceanos ao longo de séculos. “A Odisseia de Wilson” usa dados da UNESCO para mostrar a jornada imaginária do companheiro de Tom Hanks virando microplástico enquanto testemunha o colapso ambiental marinho.

Por que importa: A campanha transforma dados científicos complexos em narrativa emocional, estratégia cada vez mais necessária para furar a bolha da indiferença climática.

A viagem de 450 anos pelos oceanos

A campanha simula o percurso que Wilson faria seguindo correntes oceânicas reais:

  • Ponto de partida: Bola intacta no oceano
  • Jornada: Acompanha marés e eventos climáticos reais
  • Transformação: Degradação em microplásticos ao longo de 450 anos
  • Testemunho: Acidificação, derretimento de geleiras, aumento do nível do mar

“Este projeto trata de tornar a ciência humana”, explica André Luis Esteves, do Instituto Onda Azul. “Ao acompanhar a jornada de um simples objeto, ilustramos décadas de danos invisíveis.”

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A UNESCO forneceu o contexto científico devastador:

  • 2023: Ano mais quente já registrado nos oceanos
  • +1,45°C: Aumento atual (perigosamente perto do limite de 2°C)
  • 9 cm: Elevação do mar nos últimos 30 anos
  • 500 zonas mortas: Áreas costeiras onde vida marinha não sobrevive
  • 30%: Aumento da acidez desde era pré-industrial
  • Até 4,9 milhões de toneladas: Plástico já presente nos oceanos

A operação multiplataforma

A Africa Creative desenvolveu ecossistema completo:

  • Plataforma digital imersiva em 450yearsatsea.com
  • Curta-metragem sobre a jornada
  • Instalações em cidades costeiras
  • Ativações durante transmissões esportivas

“A ciência sozinha não mobiliza pessoas – histórias sim”, defende Raphael Vandystadt, VP de Sustentabilidade da Africa Creative.

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Timing calculado

Lançamento estratégico antes da Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos 2025 em Nice, França. A ideia: criar buzz e pressão política usando nostalgia cinematográfica como cavalo de Troia emocional.

A sacada: Pegar um objeto que já simboliza solidão e abandono no imaginário coletivo e transformá-lo em metáfora para abandono ambiental. Wilson, que salvou a sanidade de um náufrago, agora tenta salvar os oceanos.

Se Tom Hanks chorou por uma bola, talvez a humanidade chore pelos oceanos. Ou pelo menos clique no site.





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